Como apoiar o aprendizado bilíngue além da escola

Como apoiar o aprendizado bilíngue além da escola

O crescimento das escolas bilíngues nos últimos anos reflete uma mudança significativa na forma como a educação é pensada em um mundo cada vez mais globalizado.

Mais do que ensinar uma segunda língua, esse modelo promove uma formação ampla, com conteúdos curriculares ensinados em dois idiomas. Isso proporciona uma imersão linguística que favorece o domínio funcional tanto da língua materna quanto do novo idioma.

Mas, diante dessa proposta pedagógica, muitos pais se perguntam: como manter esse ambiente imersivo também em casa?

A importância da continuidade fora da escola

Segundo Erika Oya, Designer Educacional da Casa Thomas Jefferson, é perfeitamente possível estender a imersão linguística para o ambiente familiar. Para isso, criatividade, constância e o uso das ferramentas certas são essenciais. Ela explica que, na infância, o aprendizado do inglês acontece de forma natural, como ocorre com a língua materna. Ou seja, a criança escuta, compreende, interage e, aos poucos, começa a falar. Por isso, quanto mais a exposição à língua for natural e prazerosa, melhor será a assimilação.

Tornar o inglês parte da rotina

Em casa, a recomendação é evitar atividades que exijam traduções aleatórias. Em vez disso, os pais podem apoiar a aprendizagem por meio da contextualização. Saber quais temas estão sendo trabalhados na escola e trazê-los para o cotidiano é uma ótima estratégia. Por exemplo, se o assunto da vez for o sistema solar, vale a pena explorar livros, músicas ou jogos relacionados aos planetas, sempre em inglês. Isso ajuda a criança a vivenciar o vocabulário e a fixar o conteúdo.

E se os pais não falam inglês?

A dúvida é comum, mas, de acordo com Erika Oya, a resposta é sim: mesmo sem fluência no idioma, os pais podem contribuir de maneira significativa. A chave está em criar oportunidades para que a criança tenha contato frequente com a língua por meio de recursos acessíveis, como músicas, desenhos animados, livros infantis, audiobooks, cartazes com frases em inglês, jogos temáticos e aplicativos educativos.

No entanto, é preciso atenção ao uso de telas, especialmente com os pequenos. Erika alerta que, para crianças com menos de seis anos, o tempo de exposição deve ser limitado a no máximo uma hora por dia. Além disso, os vídeos precisam ser adequados à faixa etária, com estímulos visuais controlados e sempre acompanhados por um adulto. A interação ativa é fundamental para transformar esse momento em uma experiência de aprendizagem, e não apenas em um consumo passivo de conteúdo.

O papel da família

Criar um ambiente bilíngue em casa não exige fluência, mas sim interesse, participação e afeto. Os pais não precisam dominar o inglês para contribuir com o aprendizado dos filhos. O envolvimento diário, ainda que em pequenas ações, fortalece o processo educacional e também os vínculos familiares. Participar das descobertas, aprender junto com a criança e valorizar seus avanços são atitudes que tornam o aprendizado mais significativo e prazeroso.

Fabricio, 24/Jun/2025